Concordo com o Konhama quando refere a excessiva atenção, tão tipicamente portuguesa, dada ao título académico de Sócrates. Tão mesquinha quanto ridícula. Para mim não precisa de ser engenheiro ou doutor. Se sabe inglês técnico ou se toca xilofone.
A minha preocupação é mais com o conteúdo do que com a forma. Como refere Rui Castro, do 31 da Armada [blog suspeito, bem sei...]:
- Sócrates acha normal que a data da sua "licenciatura" reporte a um domingo;
- Sócrates acha normal que o mesmo professor lhe tenha dado 4 cadeiras num único ano (de um total de 5);
- Sócrates acha normal que esse mesmo professor tenha sido posteriormente por si nomeado para cargos públicos;
- Sócrates acha normal que esse mesmo professor seja suspeito da prática de diversos crimes, o que terá inclusivamente levado à sua constituição como arguido em processos-crime;
- Sócrates acha normal que existam diversos registos na Assembleia da República, alegadamente assinados pelo próprio com a mesma data, com informações contraditórias acerca das suas habilitações.
No princípio tudo me parecia tão insignificante quanto uma mera questiúncula que teria surgido como um pobre ataque pessoal ao primeiro ministro e uma tentativa de encerrar uma universidade que talvez já devesse ter sido encerrada antes. Típico caso de tricas de poder dos conselhos pedagógicos e executivos universitários, ainda para mais numa universidade privada que lida com muito dinheiro.
Mas esta era apenas a forma. Porque no conteúdo estão implícitos favorecimentos recíprocos, típicos dessa também tão portuguesa instituição do toma-lá dá-cá, que me preocupa muito mais. E os rumores de pressões oriundas desses misteriosos gabinetes de comunicação governamentais que alimentam essas teorias de conspiração e controle por parte de um big brother atemorizador.
Concordando ou não com as reformas instituídas pelo governo de Sócrates, até porque não as sinto na pele, não sei se ele agora terá força para as levar avante e acho imprescindível que, já que agitaram as águas, agora mexam na lama. E depois contem-nos tudo.
18 abril 2007
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